o diretor de turma

cada vez mais me apercebo do papel e da dimensão determinante que o diretor de turma (DT) pode/deve ter perante, essencialmente, os alunos;

o DT é visto e está manifestamente sobredeterminado na sua dimensão burocrática e administrativa (justificar faltas, acompanhar absentismos, preparar reuniões, recolher tabelas, grelhas, matrizes, preencher tabelas, matrizes, quadros, grelhas, responder a indicadores);

o DT é um faz tudo - é professor, orientador, por vezes psicólogo, assistente social, familiar, padre ou missionário, amigo ou ouvinte, ou apenas uma pessoa, por vezes um profissional; e eu gosto disto, reconheço;

no que me diz respeito tentei, já por diversas vezes, instituir-me como coordenador de uma equipa de docentes; falar de estratégias de abordagem ao aluno, de promoção (individual e coletiva) do sucesso; diferenciar situações (metodologias, estratégias, opções), isto é, tentei re construir currículos em função dos docentes e das turmas; das vezes que tentei fiquei sempre a falar sozinho, raramente me fiz entender, não consegui passar a ideia, a mensagem;

por outro lado, tenho tentado, junto dos alunos e dos pais, criar processos de alteração de comportamentos, ajudar a criar, definir e escrever objetivos - que passem pela escola, mas sejam pessoais;

com os alunos tenho desenvolvido estratégias de criação de dimensões de prazo, a pensar sempre um, dois, três anos à frente, coisa que não é fácil para o aluno de 12, 13 ou 14 anos; definir marcos, definir metas, perceber o percurso feito mas também o percurso a fazer;

com os pais/encarregados de educação tenho procurado consolidar esta abordagem, peço-lhes que insistam com os filho/as, que moldem comportamentos, que definam atitudes, que estabeleçam regras, que ajudem a perceber a diferença de comportamentos e de atitudes em função do espaços, das condições e... das regras (sociais);

o ano passado tive a pior turma de um agrupamento que é grande (a considerar a região Alentejo), pior em médias, em número de níveis um e dois, a pior no abandono, no absentismo, nos comportamentos, nas situações de indisciplina, nos processos disciplinares;

este ano, com a mesma turma, menos 5 alunos do ano passado (dois por abandono, três por retenção), mais os que se integraram (repetentes) tenho uma turma pacífica, dentro da média do ano de escolaridade e ligeiramente acima da média do agrupamento; sem participações ou ocorrências disciplinares, motivada e orientada para os resultados (individuais e coletivos), a construir uma ideia de futuro e a perceber que o futuro de cada um passa, inevitavelmente, pela escola;

gosto

Comentários

Anónimo disse…
"...tentei, já por diversas vezes, instituir-me como coordenador de uma equipa de docentes; falar de estratégias de abordagem ao aluno, de promoção (individual e coletiva) do sucesso; diferenciar situações (metodologias, estratégias, opções), isto é, tentei re construir currículos em função dos docentes e das turmas; das vezes que tentei fiquei sempre a falar sozinho, raramente me fiz entender, não consegui passar a ideia, a mensagem;"
Colega, gostava de o ter no Agrupamento onde sou professor.

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