coisas da meia idade... e da escola

sofro (se é que se pode assim dizer) daquelas maleitas típicas do homem de meia idade, acrescido do prazer e dos privilégios da gastronomia deste país, colesterol alto, ácido úrico, fígado a precisar de descanso e um rol de coisas;

o senhor dr médico não vai de coisas, comprimido para isto, comprimido para aquilo e tá a seguir com dieta mais comedida, algum exercício e daqui a uns tempos estás pronto para mais;

assim faço, vá de comprimido e início, aos 51, a toma de uma porrada de comprimidos ao pequeno almoço, para o colesterol, para a circulação, para a tensão, etc;

ontem vá de dar com este artigo no público; afinal as coisas podem - podem - não ser assim tão más;

quando terminei de ler a peça não pensei no colesterol, na tensão, no aumento de peso, pensei que é neste mundo, feito de mudança, de quebrar verdades e regras que os professores atuam e agem; é neste mundo onde se questionam e colocam em causa verdades clínicas antes inabaláveis que os profes tentam ensinar verdades a desmentir, axiomas que serão questionados, sentidos que serão desmentidos, opções que serão contrariadas;

não há muito tempo atrás, fumar era relaxante, a cerveja preta dava vigor, o leite combatia a osteoporose e as sopas de cavalo cansado enrijavam o espírito dos miúdos; fumar provoca impotência e cancros, a cerveja aumenta o ácido úrico e os riscos de gota, o leite provoca incompatibilidades e as somas foram remetidas ao imaginário do interior atrasado;

a escola - os profes - trabalham e ensinam neste mundo, onde as coisas mudam como do dia para a noite;

a escola, os profes, têm de ensinar para a dúvida, para o questionamento, para a interrogação, para o grupo, para o coletivo; enquanto nos centrarmos em verdades absolutas a escola perde interesse, ganha desmotivação e os profes aumentam os níveis de stresse;

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